Por Marina Ferreira / Fotos: Gabriela Cardoso

A oportunidade de fazer amizades, ocupar a mente e, consequentemente, melhorar a saúde foi o que atraiu Cibele Yamamoto, afastada do trabalho por licença médica, para participar do Curso de Artesanato do Fundo Social de Solidariedade (FSS) de Diadema. Hoje, foi um dia especial para Cibele e para as outras 13 alunas, que receberam o certificado de conclusão do curso gratuito.

As aulas aconteceram todas as quartas e quintas-feiras, das 9h às 11h, no Teatro Clara Nunes e tinham como objetivo gerar renda às participantes, por meio da qualificação na área de artesanato. Além disso, o curso ajuda na identificação e desenvoltura de habilidades, na saúde mental e no resgate da autoestima.

Durante quatro meses, a professora voluntária Regina Nakahama ensinou às alunas a pegar aquilo que já não parecia ser útil como retalhos de tecidos, garrafas PET, caixas de leite, filtros de café, CDs, cones de linhas, potes e latas, e transformar em utensílios de decoração ou organização.

Durante as quartas-feiras, a professora Regina ensinava as alunas a parte teórica e, logo após, começava a criar a primeira peça junto com as participantes. No segundo dia de aula, às quintas-feiras, era a vez das meninas desenvolverem sozinhas o que praticaram na última aula.

E o resultado era sempre positivo. Daquelas aulas sempre saiam incríveis porta cartões, nécessaires, flores, chaveiros, móbiles, anjos, porta níquel, bonecas africanas, entre outros objetos. Os materiais para o artesanato eram resultado de um trabalho em conjunto. A Prefeitura fornece os itens necessários para elaboração e as alunas traziam materiais recicláveis, sempre usados durante as aulas.

Para a professora, os benefícios nas alunas são fáceis de notar. “Elas mudaram muito desde o início das aulas e eu também. A maior alegria, para mim, era ver o sorriso delas e ouvir ‘aprendi’”, conta a voluntária.

Assim como os outros cursos oferecidos pelo Fundo Social de Solidariedade, o intuito é oferecer qualificação profissional gratuita e a curto prazo, para que as pessoas possam atuar como profissionais ou prestadores de serviços. 

Resultado

Mesmo durante as aulas, as participantes do curso já conseguiam perceber os benefícios financeiros e para saúde que o curso podia trazer para sua vida.

Dalva Soares entrou na oficina com dois objetivos: melhorar a saúde e abrir um espaço para vender suas coisas. O que ela não imaginava é que uma bonequinha produzida com muito carinho fosse chegar a Pernambuco. “Eu coloquei minhas bonecas em uma lojinha para vender e uma moça que estava viajando por aqui comprou e levou para onde mora, para dar de lembrança para sogra. Eu fiquei super feliz de ver que posso ir tão longe”, contou.

Uma história semelhante aconteceu com outra aluna. Rosemeire Ferreira, que só queria aprender a fazer a boneca africana, agora está terminando de produzir quatro porta trecos, feito com pote de sorvete, que serão levados para Alemanha. “A moça que encomendou é descendente de alemão e amou o meu trabalho. Pediu quatro e vai levar de presente para as filhas”, afirma Rosemeire.

Para a professora Regina, essa geração de renda é algo que vinha acontecendo até durante as aulas. “Se conseguiam renda extra durante o curso, agora então, com o certificado, vão conseguir cada vez mais”, afirma.