Uma referência esportiva entre os habitantes do Jardim do Estádio, em Santo André. Com mais de 60 anos dedicados ao futebol de várzea, Flávio Cazarotti, 73 anos, construiu seu legado junto ao esporte, colecionando troféus e marcas pelos campos de terra da região do ABC.

A dedicação teve início após ver o sonho de atleta profissional acabar. Na década de 1960, quando aspirante do Corinthians, época que jogou ao lado do ex-meio campista Adãozinho, que se consagrou anos mais tarde no Timão, tornando-se campeão paulista em 1977, se transferiu para o profissional da Sociedade Palmeirinha de Porto Feliz, no interior de São Paulo. Na equipe disputou Campeonato Paulista da segunda divisão, atuando como volante. No entanto, rompeu ligamentos do joelho e se afastou dos gramados por mais de um ano.

Sem clube profissional, decidiu voltar para Santo André, mas sem deixar o vínculo com o esporte, iniciou um novo ciclo na carreira como esportista amador. Após disputar vários torneios por diversas equipes da região e colecionar medalhas e títulos, Cazarotti pendurou as chuteiras no ano passado aos 72 anos. “Encerrei a minha carreira contra a minha própria vontade, por recomendação médica”, conta. O atleta dá dicas para a longevidade futebolística. “Ser uma pessoa feliz com a vida, não beber e não fumar”.

Em sua galeria de troféus, o ex-jogador apaixonado pela várzea destaca a Copa São Bernardo, de 1985, conquistado pelo Triângulo Futebol Clube. “Um campeonato extremamente difícil e muito importante na minha carreira. Vencemos por três gols a um. Fui autor do primeiro gol”, emociona-se.

Um de seus admiradores é Alessandro Pacitti, 43 anos, analista de logística, que destaca o relacionamento com Cazarotti, elogiando a convivência de anos pelo bairro. “Um ser humano de extrema confiança e uma referência no Jardim do Estádio”, finaliza.