Cidades Mauá

Oxigênio em domicílio leva qualidade de vida para acamados em Mauá


Postada em 23/02/2016 às 15:51
Por Prefeitura de Mauá

Ela é Elza Mateus Santos, de 76 anos, e é cercada de carinho e atenção por parte de uma família que a escolheu e pelas equipes do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), que desenvolve o Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) e Estratégia Saúde da Família (ESF), ambos da Secretaria de Saúde. Alegre, Dona Elza se desloca lenta e cuidadosamente até a sala, arrastando uma longa mangueira que a liga ao oxigênio que lhe garante a vida. “Esse aqui é o meu brinquedo (risos)...”, se diverte a “idosa”.

Na tarde da visita dos profissionais da equipe do SAD, que integra o Núcleo de Urgência e Emergência da Secretaria, com médico, enfermeira e fisioterapeuta, o tempo estava quente e abafado. Mas, ao redor de d. Elza o clima é agradável e alegre. Ela resume histórias da mocidade, na medida em que a respiração permite entre um suspiro e outro, ao que os profissionais escutam atentamente.

“Ela usa 2,5 litros de oxigênio por minuto e o cilindro é substituído a cada 24 horas, no máximo”, explica o fisioterapeuta, Vitor Caio Leal. “De acordo com a Oximetria, a saturação tem que ser maior que 90%, informa o profissional.

Segundo o gerente do SAD, Cleante Ferreira Stalphicocus, o POD fornece cilindros de oxigênio para 158 pacientes, atualmente, que tenham indicação de uso por parte do médico que os atende. Cada cilindro tem oito metros cúbicos e são fornecidos dois para cada paciente, com a recarga em até 24 horas. “Mauá tem uma população idosa muito grande, mas a gente só admite o paciente que tem cuidador, por exemplo, temos uma idosa de 86 anos cujo cuidador tem 92”, diz Cleante, esclarecendo que o equipamento exige determinada técnica para o uso. “Temos pessoas que usam até um por dia, no caso de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)”, afirma o enfermeiro que está há 13 anos na rede municipal de saúde.

Uma ausculta no pulmão, uma aferição de pressão, uma análise da saturação, a verificação do controle de recarga e outros procedimentos, são intercalados com o olhar nos olhos por parte da enfermeira Simone Mariano e a atenção ao que a idosa fala com bastante dificuldade.

Quem fala das condições diárias e apresenta os exames da grande amiga é Cirene Geraldo Coutinho, de 74 anos. O médico generalista do SAD Vagner Gilioti Júnior analisa resultados cardiológicos e confirma que estão melhores. “Mas, é preciso que sejam entregues ao cardiologista no dia 20, ok?”, diz o generalista, avaliando os equipamentos, ao explicar sobre como funcionam e seu impacto na saúde da paciente à equipe e cuidadora.

D. Cirene sempre recebe as equipes em casa para o acompanhamento de d. Elza. Amigas há 45 anos, desde quando trabalhavam juntas no antigo Hospital e Maternidade Mauá, as duas nunca mais se afastaram. Isso foi fundamental em julho de 2015, quando d. Elza teve uma forte pneumonia e não tinha quem a cuidasse, já que é viúva e não teve filhos, e não poderia ficar sozinha em casa. Na hora levou a amiga para a casa da filha com quem mora há 29 anos.

“Deixei meu apartamento em São Paulo para cuidar da minha neta quando ela nasceu e fui ficando. Ela e minha filha adoram a Elza, que sempre foi uma pessoa maravilhosa e também cuidou da minha neta”, conta alegremente d. Cirene. “Esse cuidado com a Elza também é compartilhado com nossas amigas Neide e Isabel, que vêm de Rio Grande da Serra nos dias em que preciso me ausentar para fazer meu tratamento em São Paulo”, explica d. Cirene, que, numa imensa lição de vida, combate um terceiro câncer, desta vez no braço.

D. Elza também tem um cilindro menor para uso em deslocamento. Outro dia, ao voltar do dentista que a atendeu na UBS do Jardim Guapituba, foi ao supermercado com d. Cirene. “Meu filho a colocou num carrinho elétrico para deficientes e ela se divertiu bastante. Isso é muito bom para ela”, riu a cuidadora. A exemplo de muitas pessoas, veio da Bahia há 50 anos para ajudar financeiramente a família que permaneceu lá. Ainda lhe resta um irmão vivo. “Fumei desde os 12 anos de idade, e só parei há dois anos. “Nasci em 28 de maio de 1939, estou jovem, não tô?”, finaliza d. Elza.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Mauá Secretaria de Comunicação Social 23/02/2016 15:51