A população ganhou, dia 8 de dezembro, um Centro de Memória de Diadema, completamente reformado. Símbolo da cidade, o imóvel que abriga o Centro de Memória é um documento vivo da história da cidade, pois é o único que ainda preserva as características do povoado de antigas chácaras, que deram origem a Diadema. A casa de chácara, dos anos 1930, pertenceu ao português Alberto Simões Moreira, que depois, já nos anos 1950, cedeu o imóvel para que irmãs religiosas criassem um lar escola feminino. Com a presença de meninas no local, o imóvel também influenciou o nome da vizinha ‘praça da moça’. Ao longo da história da cidade, a mesma casa abrigou, nos anos 1970, o Departamento de Educação, Esporte e Lazer, um Grupo Escolar e a primeira Escola de Educação Infantil do Centro. Finalmente, a partir de 2003, a casa passa a abrigar o Centro de Memória de Diadema.

Embora muito frequentado por estudantes, o Centro de Memória de Diadema atende qualquer pessoa que deseje conhecer a história da cidade. Com as novas instalações, o Centro vai intensificar as ações educativas sobre a história da cidade, atividades de educação patrimonial para diferentes públicos, organizar workshops e oficinas de difusão. A sala de leitura também está à disposição dos moradores para consulta de jornais ou para reunião de grupos que queiram discutir ou realizar atividades relativas à memória da cidade.

A cidade vive um momento muito especial no que diz respeito à preservação de sua história. Com a criação do grupo técnico Pró-IPHAC, em conjunto com o Conselho de Patrimônio Histórico, foi possível recuperar imóveis importantes para a preservação da história cultural: a casa da Pedra, a casa do Professor Evandro e a Capela dos Padres Xaverianos. E, para completar, a Prefeitura entrega um Centro de Memória cuidadosamente reformado para oferecer, à população em geral, conhecimentos do passado da cidade.

Centro de documentação e memória social, o Centro de Memória de Diadema tem como objeto a história local e a preservação de suas múltiplas memórias. Para isso, pesquisa, organiza, preserva e disponibiliza documentação textual, oral, iconográfica e audiovisual. O acervo do órgão é o resultado das pesquisas realizadas pelos próprios técnicos da área, da transferência de conjuntos documentais de diversos órgãos da administração municipal e das doações de particulares. Dentre os doadores estão a Secretaria Municipal de Comunicação com fotografias, vídeos e informativos produzidos pela mesma, além de coleções fotográficas de antigos moradores, como o político e ambientalista Fernando Vítor, e do primeiro prefeito da cidade, Evandro Caiaffa Esquível, além da Lira Musical Diadema. O Centro reúne também uma série de entrevistas com moradores antigos, participantes de lutas populares e manifestações culturais e, ainda, as coleções referentes à imprensa local. O Centro possui uma biblioteca com publicações sobre a região do Grande ABC, publicações realizadas pelos diversos setores da administração municipal e trabalhos acadêmicos (monografias, dissertações e teses) sobre a cidade de Diadema.

Outro trabalho do Centro de Memória diz respeito à preservação do Patrimônio Cultural da cidade, participando, ativamente, por meio de seus técnicos, do CONDEPAD - Conselho de Patrimônio de Diadema e do PRÓIPHAC, grupo técnico que assessora o Conselho de Patrimônio, formado por funcionários das Secretarias da Cultura, Habitação e Meio Ambiente.

Como resultado de sua atuação foi realizada a recuperação e entrega à cidade da Casa de Pedra (Taboão), a Casa do Professor Evandro Caiaffa Esquível (Centro) e o Colégio e Capela dos Padres Xaverianos (Centro), três imóveis de interesse cultural. Também foi realizado o Inventário dos Bens Culturais de Diadema (Imóveis), já instituído legalmente. O Centro de Memória participa ainda do Consórcio Intermunicipal Grande ABC.

Para divulgar a história da cidade, o Centro de Memória de Diadema publicou o livro “Diadema - Caminhos e Lugares: uma primeira viagem por suas referências históricas 1500-2000 - Cronologia Histórica de Diadema”. Também produz material para as escolas da cidade, no projeto financiado pela FAPESP - Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, "História Local nos processos de alfabetização de crianças, jovens e adultos de Diadema", além de realizar exposições sobre várias temáticas relativas a história da cidade.

Determinada em respeitar e conservar a história do município, a Prefeitura de Diadema aproveita para presentear o município e seus cidadãos com um Centro de Memória totalmente reformado. Depois de 12 anos sem receber melhorias, agora o Centro vai reabrir as portas. Durante a obra, o setor ganhou telhado novo, parte hidráulica e elétrica renovada, trincas e rachaduras de paredes reconstituídas, assim como paisagismo e implantação de ar condicionado e sistema de segurança que previne contra incêndio.

A reforma, que somou R$ 976 mil, não custou nada à Prefeitura, já que foi viabilizada por meio de outorga onerosa, instrumento jurídico que incentiva o desenvolvimento urbano. Para o presidente do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico, Documental, Artístico e Cultural de Diadema (CONDEPAD), Luiz Hermínio Puntel de Oliveira, a revitalização buscará preservar o que puder do conceito original em que a casa foi construída, nos anos 1930. “Depois de algumas reformas, como a última, em 2003, a residência perdeu parte de sua originalidade, hoje impossível de ser restabelecida. Mesmo assim, muitas coisas foram reconstituídas e preservadas”, explica.

Visando preservar a construção original, todo o madeiramento do telhado foi aproveitado e as telhas, tipo francesa, foram substituídas por outras de igual modelo. O piso de madeira instalado sobre o primeiro pavimento também foi recuperado, assim como toda a parte de calha e beiral. Também foi feita a troca do forro, que antes era de estuque, e que agora ganhará material mais leve e bem parecido como o que foi aplicado na construção inicial. Ainda foram reparados os azulejos e pisos cerâmicos, efetuado restauro de escada e balaústres e realizada pintura e impermeabilização de áreas internas e externas.

Uma gruta de pedra que fica no local e que acolhe uma imagem de Nossa Senhora foi reformada, assim como floreiras e faixas decorativas que circundam as paredes de fora da casa. O jardim recebeu projeto paisagístico e toda a vegetação está identificada com placas indicando a origem, o nome popular e científico da planta. Além da regularização do piso externo, o local ganhou rampas e banheiros adaptados para portadores de necessidades especiais, guarita de vigilância e sinalização. 

Pró-IPHAC – Toda organização, envolvendo o diagnóstico, planejamento, projeto e, também a execução do trabalho de revitalização do Centro de Memória de Diadema foi monitorado pelo Grupo de Estudos dos Bens Culturais de Diadema – Pró-IPHAC. Criado há três anos, mas regulamentado no ano passado, o grupo é formado por técnicos das secretarias de Cultura, Meio Ambiente e Habitação e Desenvolvimento Urbano e seu papel, entre outras coisas, é instituir o inventário de bens culturais do município e também estabelecer procedimentos para a análise especial dos imóveis de interesse paisagístico, histórico, artístico e cultural.

Serviço:

Centro de Memória de Diadema - O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. //  

Avenida Alda, 255 (ao lado da Praça da Moça) – telefone 4043-0700

Atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h; e aos sábados, das 9h-15h.